terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pilotagem





"A actividade da pilotagem é o serviço público que consiste na assistência técnica aos comandantes das embarcações nos movimentos de navegação e manobras nas águas sob soberania e jurisdicção nacionais, de modo a proporcionar que os mesmos se processem em condições de segurança" O Piloto é um profissional, certificado como Oficial Náutico da Marinha Mercante, que desempenha as funções de conselheiro do Comandante dum navio, na condução segura do mesmo em águas restritas dum porto de escala. O Piloto tem um conhecimento profundo da costa, bem como das águas interiores do porto, para o qual está licenciado, reconhecendo os seus baixos, correntes, marés, condições meteorológicas e ainda da regulamentação e restrições portuárias, usando os seus anos de experiência para uma condução segura do navio que pilota. Ao piloto é atribuída uma determinada manobra, seja ela de atracação, largada, mudança de cais, entrada ou saída do porto, docagem ou fundear, após o agente contactar a estação de pilotos, ou a entidade portuária competente. Hoje em dia este processo é efectuado recorrendo a processos informáticos, sendo depois o piloto notificado para o tipo de serviço que vai efectuar, tendo que tomar especial atenção às condições meteorológicas, correntes, características do navio, local de estacionamento entre outras. Inicia-se aqui um serviço de coordenação importantíssimo, de modo a que o piloto tenha todas as condições essenciais para efectuar a manobra, como sejam transportes, lanchas de pilotos, rebocadores, amarradores entre outros. A transferência do piloto para bordo do navio, para o embarque ou desembarque é feita recorrendo a uma lancha de pilotos, que é uma embarcação especialmente concebida para permitir a transferência do piloto de e para o navio, muitas vezes debaixo de condições de vento e mar bastante adversas. O trajecto entre o local de embarque na lancha e o de embarque do navio poderá ser de 1 hora. O mestre da lancha de pilotos ao chegar próximo do navio, terá de igualar a velocidade da lancha à do navio, de modo a encostar-se a este. Após observação das condições de embarque, nomeadamente o sincronismo entre o movimento do navio e o da lancha, o piloto “salta” para a escada quebra-costas, que não é mais do que uma escada de cabos com degraus de madeira, esperando-lhe uma subida pelo costado do navio, uma “parede” que poderá ter 9 metros. Se exceder os 9 metros, alguns chegam a ter 20 metros, é necessário combinar esta escada com a escada de portaló. É no embarque e desembarque para a lancha de pilotos que o piloto corre os maiores riscos, existindo infelizmente algumas mortes a lamentar. Os pilotos têm equipamento de protecção individual, que em caso de queda ao mar permitem mantê-lo a flutuar através de accionamento automático ou manual do mesmo. As tripulações das lanchas de pilotos deverão estar treinadas na prestação de primeiros socorros bem como nas manobras de recuperação de “homem ao mar”. Ao chegar ao convés do navio um tripulante irá conduzir o piloto à ponte. A ponte é o local mais alto do navio, que algumas vezes poderá ter uma altura equivalente a 10 andares a contar do convés. A primeira coisa que o piloto fará, será explicar cuidadosamente ao comandante qual será o trajecto que o navio seguirá, a manobra a efectuar, meios a utilizar, condições de tempo e toda a outra informação essencial à manobra do navio em segurança. Por outro lado, o comandante irá prestar toda a informação relativa ao navio bem como deficiências que o navio tenha, especialmente no que diz respeito à informação disponibilizada ao piloto antes da atribuição do serviço. O Comandante do navio está com ele familiarizado, bem como com a sua tripulação, contudo, nada o obriga a conhecer as especificidades dos diversos portos de escala do seu navio, pelo que necessitará da experiência dum Piloto para garantir, que o navio, a sua tripulação, passageiros e carga, demandem o porto em segurança e eficiência. O piloto irá utilizar todas as ajudas tecnológicas á sua disposição incluindo a girobússola, radar, VHF, ARPA, GPS, DGPS, ECDIS, etc. A confiança na informação dada por estes equipamentos varia de navio para navio e deverá ser tratada pelo piloto, com a devida atenção. Existem para manobras mais específicas o PPU que é um equipamento que permite fornecer informações mais fiáveis e precisas ao piloto. A atribuição do piloto na ponte, passa por dar ordens de leme para governar o navio e de máquina para controlar a velocidade do navio. Também é atribuição do piloto o contacto com os serviços de controlo de tráfego para informar do movimento que o navio vai ou está a fazer, bem como para tomar conhecimento de outro tráfego na zona. O Piloto está também familiarizado com os diferentes sistemas de propulsão, desenho de cascos, dos diferentes géneros de leme, característicos nos vários tipos de navios, e com estes reagem a uma dada velocidade, em função das condições de vento, corrente e maré. Tal vez a parte mais difícil do trabalho do piloto seja a atracação do navio ao cais. As dimensões do navio e massa de água deslocada, torna os navios difíceis de parar, sendo ainda mais difícil com a presença de vento ou correntes. Um contacto não controlado com o cais pode trazer elevados prejuízos financeiros relativos a danos causados ao navio ou infra-estrutras portuárias, bem como riscos de poluição e consequentes danos ambientais. Muitas vezes os pilotos recorrem ao serviço de rebocadores para os auxiliar nas manobras a sua potência pode chegar aos 5000 cavalos.







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